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Jejum e Exercício: Estratégia Inteligente ou Ilusão para Emagrecer?

Nos últimos anos, o jejum intermitente virou febre entre quem busca emagrecimento e performance. A ideia de que pular refeições pode acelerar a queima de gordura e melhorar a saúde tem ganhado força — mas será que essa estratégia funciona para todo mundo?

Mais do que seguir tendências, entender os impactos do jejum no corpo, especialmente quando aliado ao exercício, é essencial para evitar armadilhas e buscar resultados sustentáveis. Vamos explorar as bases científicas e históricas por trás do jejum e por que muitas pessoas insistem nessa prática como solução para o emagrecimento.




1. O Jejum Acompanhou a Evolução Humana

Por milhares de anos, nossos ancestrais caçadores-coletores não tinham a abundância de alimentos que temos hoje. Comer a cada três horas? Impensável. O corpo humano evoluiu para lidar com períodos sem comida, mobilizando reservas energéticas para garantir a sobrevivência.

Nesse contexto, a adaptação ao jejum fazia sentido. O metabolismo aprendeu a utilizar a gordura armazenada como fonte de energia quando os carboidratos estavam escassos. Esse mecanismo ainda existe hoje, e é o que leva muitas pessoas a acreditarem que o jejum intermitente é uma estratégia infalível para emagrecer.

Mas há um problema: nossa realidade atual é completamente diferente da de um caçador-coletor.

Hoje, a maioria das pessoas não enfrenta escassez alimentar. Em vez disso, lidamos com acesso cada vez mais facilitado ao alimento e rotinas sedentárias. A grande questão não é se podemos jejuar, mas se o jejum, da forma como é popularizado, realmente faz sentido para o emagrecimento e a prática de exercícios.


2. Jejum e Exercício: O Casamento Perigoso?

É comum ver pessoas associando jejum e treino como estratégia para acelerar a queima de gordura. A lógica parece simples: sem comida no sistema, o corpo queimaria mais gordura para produzir energia. Mas a realidade não é tão direta.


Aqui estão alguns pontos baseados na ciência:

Jejum pode favorecer a oxidação de gordura no curto prazo, pois reduz os estoques de glicogênio e força o corpo a recorrer a outras fontes de energia.


Mas isso não significa que haverá mais emagrecimento. Emagrecer envolve um balanço energético negativo ao longo do tempo. Se, ao jejuar, você consome mais calorias depois para compensar, o déficit desaparece.


Pode haver perda de massa muscular. Exercitar-se em jejum pode aumentar a degradação de proteínas musculares, especialmente em atividades de alta intensidade. Isso pode comprometer a performance e dificultar o ganho de força e resistência.


O desempenho pode cair. Estudos indicam que treinar sem comer pode afetar a intensidade do treino, levando a um menor gasto calórico total.


Em resumo? Para algumas pessoas, o jejum pode funcionar como estratégia pontual, mas associá-lo automaticamente ao emagrecimento ou ao aumento da performance é um erro.


3.Malefícios e Contraindicações: O Que Você Precisa Saber Sobre o Jejum

Diversos estudos científicos indicam que o jejum pode ser contraindicado em certas situações. Evidências demonstram que o jejum intermitente pode aumentar o risco de hipoglicemia em indivíduos com diabetes tipo 1, comprometendo a regulação glicêmica (Horne et al., 2015). Além disso, pessoas com histórico de distúrbios alimentares podem experimentar a exacerbação de comportamentos prejudiciais, como a compulsão alimentar, ao adotarem práticas de jejum (Trepanowski & Bloomer, 2010).

O jejum pode impactar negativamente a saúde mental, aumentando níveis de ansiedade e estresse relacionados à alimentação (Buchinger & Meier, 2016). Para crianças e adolescentes, o jejum é desaconselhado devido às suas necessidades nutricionais específicas para o crescimento e desenvolvimento adequados (García et al., 2020). Em resumo, é essencial que o jejum seja considerado com cautela e sempre sob supervisão profissional, especialmente para aqueles que possuem condições de saúde preexistentes.


4. O Que Realmente Importa?

Se o seu foco é resultado sustentável, a chave não está em ficar horas sem comer, mas sim em construir um plano que faça sentido para o seu corpo e rotina.

Isso significa:

✔ Treinar com energia suficiente para manter a intensidade.

✔ Priorizar uma alimentação equilibrada ao longo do dia.

✔ Ajustar o consumo calórico e proteico conforme o objetivo.

✔ Ter consistência nos treinos e na alimentação, sem depender de estratégias extremas.

O jejum pode ser contraindicado em várias circunstâncias, e sua adoção não deve ser à revelia, considerando as possíveis consequências para a saúde.

Na dúvida, a ciência sempre nos lembra que o básico bem feito sempre vence as tendências passageiras.


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Fontes e Leituras Recomendadas 1. Varady, K. A., & Hellerstein, M. K. (2007). Alternate-day fasting and chronic disease prevention: A review of human and animal trials. The American Journal of Clinical Nutrition, 86(1), 7-13. https://doi.org/10.1093/ajcn/86.1.7

2. Kahleova, H., & Barnard, N. D. (2014). Impact of intermittent fasting on cardiometabolic health: Review of human and animal studies. Nutrients, 6(10), 4786-4801. https://doi.org/10.3390/nu6104786

3. Antoni, R., Johnston, K. L., Collins, A. L., & Robertson, M. D. (2017). Intermittent fasting, energy balance and associated health outcomes in adults: A systematic review and meta-analysis. Journal of the Academy of Nutrition and Dietetics, 117(6), 738-758. https://doi.org/10.1016/j.jand.2017.01.008

4. Peterson, C. M., Beyl, R. A., Hoffman, L., et al. (2018). Early time-restricted feeding improves insulin sensitivity, blood pressure, and oxidative stress even without weight loss in men with prediabetes. Cell Metabolism, 27(6), 1212-1221. https://doi.org/10.1016/j.cmet.2018.04.010

5. De Cabo, R., & Mattson, M. P. (2019). Effects of intermittent fasting on health, aging, and disease. New England Journal of Medicine, 381(26), 2541-2551. https://doi.org/10.1056/NEJMra1905136

 
 
 

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