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A Culpa Não é Sua por Não Querer Treinar

Se você sente aquela preguiça na hora de treinar, saiba que isso, nem sempre, é falta de força de vontade ou disciplina. Na verdade, é um mecanismo biológico profundamente enraizado na sua evolução. Seu cérebro foi programado para poupar energia sempre que possível – e isso tem tudo a ver com a história da nossa espécie.


 

O Cérebro e o Instinto de Sobrevivência

Nossos ancestrais precisavam caçar, colher e construir para sobreviver. Em um mundo onde comida era escassa e cada dia exigia imensa atividade física, conservar energia era uma estratégia inteligente. O cérebro humano se desenvolveu com um mecanismo claro: evite gastar energia desnecessária para garantir a sobrevivência em tempos de escassez. O problema? O mundo mudou.


Hoje, não precisamos mais correr atrás de um animal para garantir o jantar. O alimento está a poucos passos de distância, em um delivery ou na prateleira do supermercado e até mesmo na palma da mão, só precisa dar um clique. Nossa rotina se transformou drasticamente com a revolução tecnológica, mas nossa fisiologia ainda é praticamente a mesma de milhares de anos atrás.


O Trabalho Substituiu a Caça (Mas Não o Exercício)

Mesmo que não precisemos mais sair para caçar, a necessidade de trabalhar para obter comida e abrigo continua. A diferença é que agora fazemos isso sentados em escritórios ou em frente a telas. Nosso cérebro interpreta esse esforço mental como uma forma de "caça", o que explica por que, depois de um dia longo de trabalho, sentimos um cansaço extremo e uma enorme resistência à ideia de treinar.

Só que há um problema nisso:

  • Nosso corpo ainda precisa se movimentar. Mesmo que nosso cérebro queira economizar energia, nossa saúde depende do movimento para funcionar bem. O sedentarismo moderno está ligado a uma série de doenças metabólicas, cardiovasculares e até cognitivas. Se exercitar não é um capricho ou uma opção – é uma necessidade fisiológica.



Como "Enganar" Seu Cérebro e Fazer do Exercício um Hábito

A boa notícia é que, assim como nosso cérebro se adapta para conservar energia, ele também pode ser treinado para entender o exercício como algo positivo. Aqui estão algumas estratégias baseadas em neurociência para mudar essa relação:

  1. Diminua a barreira de entrada – Se a ideia de um treino longo parece insuportável, comece pequeno, 10 minutos de movimento já são melhores do que nada.

  2. Associe o treino a algo positivo – Escolha um treino que você goste ou crie uma recompensa após ele (como um banho relaxante, um lanche gostoso, nutritivo e saudável - não vai abusar também né!).

  3. Entenda que seu cérebro vai resistir – Saber que a preguiça é um mecanismo natural e não um defeito pessoal ajuda a superá-la.

  4. Crie um hábito gradual – Pequenos passos diários condicionam seu corpo e mente a aceitarem o treino como parte da rotina.


Por fim

Não é culpa sua sentir preguiça para treinar. Seu cérebro está apenas tentando proteger você do desperdício de energia, do jeito que sempre fez ao longo da evolução. Mas agora que entendemos isso, também sabemos que o mundo mudou, e que o que antes era uma estratégia de sobrevivência, hoje pode ser um obstáculo para a saúde.

Seu corpo precisa de movimento, mesmo quando sua mente resiste. A chave está em transformar o treino em algo natural, prático e adaptado à sua realidade. E é exatamente isso que a ProElite Trainer faz: te ajudar a encontrar o treino que faz sentido para você e encaixa na sua vida.

Pronto para superar essa programação cerebral e transformar o treino em um hábito natural?


Fontes e Leituras Recomendadas

  • O'Keefe, J. H., Vogel, R., Lavie, C. J., & Cordain, L. (2011). Exercise Like a Hunter-Gatherer: A Prescription for Organic Physical Fitness. Progress in Cardiovascular Diseases, 53(6), 471–479.

  • Raichlen, D. A., & Alexander, G. E. (2017). Adaptive Capacity: An Evolutionary Neuroscience Model Linking Exercise, Cognition, and Brain Health. Trends in Neurosciences, 40(7), 408–421.

  • Kraft, T. S., Venkataraman, V. V., & Dominy, N. J. (2014). A Natural History of Human Tree Climbing. Journal of Human Evolution, 71, 105–118.

  • Pontzer, H. (2015). Energy Expenditure in Humans and Other Primates: A New Synthesis. Annual Review of Anthropology, 44, 169–187.

  • Lieberman, D. E. (2015). Is Exercise Really Medicine? An Evolutionary Perspective. Current Sports Medicine Reports, 14(4), 313–319.

 
 
 

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